Fiscais do IMA de Bambuí desenvolvem novas técnicas para capturar morcegos hematófagos
Combate populacional da espécie visa reduzir o número de casos de raiva em Minas Gerais
Os fiscais assistentes agropecuários estaduais, Osvaldo Luis de Sousa e Valdeci da Rocha, do Escritório Seccional de Bambuí, pertencente à Coordenadoria Regional de Bom Despacho, desenvolveram novas técnicas para a captura do morcego hematófago da espécie Desmodus rotundus.
Uma delas é a utilização de um sino preso à rede de apresamento armada, para capturar os animais. A fixação do instrumento sonoro se dá na parte alta do equipamento. Quando o animal entra em contato com a armadilha, o dispositivo emite um som, que facilita a identificação pelos agentes de defesa agropecuária.
Outra inovação empregada pelos fiscais é a lona plástica. Fixada por baixo da rede de captura, ela a protege de sujeiras aderidas, que comprometem o rendimento e a eficiência do trabalho, uma vez que o ambiente é escuro e iluminado à luz de lanterna. Outra vantagem é que o material protetivo auxilia no manejo de recolhimento da rede.
Os fiscais fizeram a apresentação das novas soluções em propriedade próxima ao centro urbano de Bambuí, no dia 06/06/24, ocasião em que 15 morcegos foram capturados. Um deles foi encaminhado ao Laboratório de Saúde Animal do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), para análise se está infectado com o vírus circulante da raiva, e obteve resultado negativo.
Veja o vídeo com as explicações a seguir.
Controle do morcego hematófago
O morcego hematófago Desmodus rotundus, quando infectado com o vírus da raiva, tem o potencial de contaminar animais de produção de interesse econômico, como, por exemplo, os bovinos, equinos e caprinos. Como se alimenta de sangue, sendo considerado um morcego-vampiro, o objetivo dos agentes é realizar o combate populacional da espécie.
Segundo o fiscal assistente, Valdeci da Rocha, logo após a captura, uma pasta à base de warfarina, produzida pelo IMA, é passada na nuca, para coagular o sangue do mamífero, que após a soltura, retorna ao abrigo para combater outros animais da colônia, por meio da lambedura (higienização natural mútua).
“Esta atividade é exclusiva do IMA. Nós, fiscais agropecuários, temos a capacitação e o treinamento in-loco necessários para desenvolvê-la com qualidade e segurança, além de estarmos com a imunização contra a raiva em dia”, alertou Rocha.
O fiscal ainda mencionou que atende denúncias geradas por produtores rurais, que comunicam ao escritório seccional do IMA mais próximo, os ataques feitos aos animais da fazenda pelos morcegos-vampiros.
“Nesta situação, solicitamos aos pecuaristas que identifiquem a localização dos abrigos, e não afastem os morcegos de lá por conta própria”, explicou o agente de defesa sanitária animal, Valdeci.
Em seguida à comunicação recebida pelos fiscais, uma visita é agendada para vistoria da propriedade rural e estudo de como será desempenhado o trabalho de atendimento.
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